terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Pílulas anticoncepcionais podem reduzir a libido


São Paulo. As combinações de hormônios existentes nas pílulas anticoncepcionais causam reações que vão muito além do simples impedimento da gravidez. Na lista dos possíveis efeitos colaterais graves existentes no remédio, como trombose ou enxaqueca, uma reação acaba passando despercebida: a redução da libido feminina. Desconhecida por muitas mulheres que tomam o medicamento, a alteração que a pílula pode causar no desejo sexual feminino está inclusive na bula dos remédios e costuma ser abordada pelos médicos apenas quando eles são questionados pela paciente sobre o assunto. Isso porque, de acordo com ginecologistas, o desejo sexual é complexo e não envolve só o uso do medicamento, mas questões como estresse, cultura ou falta de atração pelo parceiro. O ginecologista Claudio Bonduki, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), afirma que a pílula pode causar diminuição da vontade de fazer sexo por causa dos hormônios sintéticos (feitos em laboratório) utilizados nas pílulas. No entanto, nenhuma mulher deve ficar preocupada com a possível reação uma vez que, segundo ele, a simples troca do contraceptivo reverte a situação, se for apenas esse o motivo do problema.

As pílulas são compostas por dois hormônios, a progesterona e o estrogênio. O tipo de estrogênio, o etinilestradiol, é o mesmo em todas os anticoncepcionais. Segundo o ginecologista Rodolfo Strufaldi, professor da Faculdade de Medicina do ABC, o estrogênio aumenta a quantidade de uma proteína no fígado que, por sua vez, diminui a dose no sangue de testosterona, hormônio responsável pelo desejo sexual. Com isso, a conseqüência é a diminuição do desejo sexual. Mas as mulheres têm uma boa notícia: da mesma forma que algumas pílulas diminuem a libido, outras podem aumentar a vontade. Conforme Strufaldi, uma "boa" progesterona tem a capacidade de melhorar o nível da testosterona na mulher. Para provar, ele desenvolveu um estudo com 98 mulheres que usaram pílula por seis meses. Elas tomaram fórmulas diferentes apresentaram melhora de 5% a 7,5% no desejo sexual. A satisfação sexual melhorou cerca de 6% para os grupos analisados. Strufaldi alerta, porém, que não há uma pílula universal. "A progesterona é seletiva. Há um tipo melhor para a pele, outro para a mama. Não há uma perfeita", disse.


(fonte: www.crfmg.org.br)

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