quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Alergia a gergelim

Há alguns dias o Jornal O Globo publicou no segundo caderno, uma interessante crônica de Arthur Dapieve, que com um estilo leve, narra desventuras de sua esposa, portadora de alergia ao gergelim.

O problema já começou na lua de mel, em país estranho, quando subitamente apresentou coceira intensa, taquicardia e tonteira, sem contar com a sonolência causada pelo antialérgico. E continua, relatando outras situações desagradáveis e inesperadas, causadas pela ingestão inadvertida da semente.

Recomendo a leitura, muito agradável e aproveito para tocar em alguns pontos importantes da alergia alimentar.

Alergia é uma reação inesperada e anormal para substâncias inofensivas para a maioria das pessoas. Lucrécio, no primeiro século AC escreveu em seu livro De Rerum Natusa: “O que é alimento para alguns, pode ser para outros, veneno violento”.

Uma alergia não surge da primeira vez em que se tem contato com a substância. Uma pessoa pode comer um alimento ou tomar um medicamento por anos e um dia, sem mais nem menos, tornar-se alérgico. Durante esse tempo, a pessoa foi se sensibilizando, criando anticorpos específicos até que surgiu a alergia.

O gergelim é uma semente oleaginosa oriunda do Oriente Médio, usada em pães, bolos, biscoitos, refogados de vegetais, etc. É usado também sob a forma de óleo, manteiga e leite de gergelim. A palavra origina do latim sesamun. É também conhecida como sésamo em espanhol e em inglês, como sesame.

O uso do gergelim em alimentos, antes restrito a pratos típicos, vem aumentando progressivamente em todo o mundo. Comidas japonesasm árabes, chineses... Quem não se recorda da propaganda de uma conhecida rede de fast food, que entre outros ingredientes anunciava um molho especial e um pão com gergelim...

A alergia ao gergelim foi descrita pela primeira vez na década de 50 e desde então, se verifica um aumento progressivo do número de casos. Pesquisa recente realizada na Inglaterra apontou a presença desta alergia em uma a cada 2000 pessoas. Em 2005, o Colégio Americano de alergia, Asma e Imunologia (ACAAI) publicou em sua revista científica um artigo alertando sobre o tema. Em Israel, já é apontado como terceira causa de alergia alimentar.

A manifestação da alergia alimentar pode variar desde sintomas leves até formas graves, necessitando atendimento em serviços de emergência. Os sintomas incluem: prurido, urticária, angioedema, asma, e até anafilaxia. Foram descritos casos de asma em trabalhadores de padarias. Relata-se ainda a possibilidade de surgir dermatite de contato com cosméticos ou produtos farmacêuticos contendo o alergeno.

Evitar os alimentos comprovadamente contendo gergelim é fácil. O problema é a ingestão acidental do gergelim. Rótulos inadequados ou incompletos e até mesmo expressões vagas como “óleo vegetal” podem esconder a presença do alergeno. Alimentos inocentes como carnes preparadas à milanesa, onde o pão é torrado para preparo do prato, podem se tornar ameaçadores..

Pessoas sensíveis ao gergelim poderão desenvolver também alergia ao amendoim, pela semelhança química entre os dois alimentos. Da mesma forma, poderá ter alergia a: centeio, papoula, alguns tipos de nozes e avelãs, Kiwi, pistache, entre outros. Embora não seja obrigatório, recomenda-se evitar estes alimentos.


Se você é alérgico, procure a orientação do especialista e acostume-se a ler cuidadosamente os rótulos dos alimentos. Mesmo quando o rótulo traz apenas uma advertência de que pode conter traços de gergelim, deve ser evitado, pois a alergia pode surgir mesmo com a ingestão de mínimas quantidades do alimento.


(fonte: http://blogdalergia.blogspot.com/)

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