segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Aprenda a conviver com você!

por Karen Jardzwski No fim do ano passado, foi divulgada uma pesquisa desenvolvida pela Fellipelli apontando que os funcionários brasileiros perdem mais de 90 horas de trabalho, por ano, com conflitos mal resolvidos nas empresas. Muitas vezes, as discussões podem ser usadas para gerar novas idéias, mas nem sempre as discordâncias levam a bons resultados e, o que é pior, prejudicam muito a convivência.

O fato é que, além de afetar a produtividade, os conflitos podem gerar estresse, desgaste emocional e muita infelicidade. Então, o que fazer para aprendermos a evitar discussões e conviver melhor com as pessoas? Existem recomendações de diversos especialistas, mas quero compartilhar um ponto de vista que me chamou atenção: “Para conviver com os outros, precisamos primeiro conviver conosco”.

Essa frase está no livro Pergunte a Platão de Lou Marinoff, editora Record. Durante minhas férias, aproveitei para ler algumas obras que já estavam há tempos em minha lista de espera, e essa, em especial, agradou-me bastante. Acredito que é porque, assim como o autor, concordo que muitas respostas para nossos problemas podem ser encontradas nas mais antigas e recentes teorias filosóficas.

Marinoff, que também escreveu Mais Platão, menos Prozac, é especialista em levar a filosofia para a vida cotidiana das pessoas. Em Pergunte a Platão, ele abordou a questão dos problemas da convivência e partiu do princípio de que em primeiro lugar é necessário aprender a conviver consigo: “Parece-me que todos os conflitos externos entre indivíduos são manifestações de conflitos internos. Se você tem um problema interno não resolvido, não está convivendo consigo da melhor forma possível. E, portanto, também não vai se relacionar com os outros da maneira mais agradável”.

O caminho para conviver bem com as pessoas é começar por você mesmo. E essa não é uma tarefa fácil, pois, a todo momento, temos motivos para nos sentirmos irritados e explodirmos, mas, segundo Marinoff, devemos ser capazes de reagir a essas situações – seja trânsito, insônia ou qualquer outra coisa – com bom humor. “Quem fica de mau humor, mesmo que seja por pouco tempo, não está convivendo muito bem consigo. Agora, aquele que consegue esquecer seu mal-estar por um minuto que seja, procurando alguém que o alegre, distraia ou faça rir, permite que todo bem-estar penetre naquele minuto”.

Segundo o autor, todas as pessoas podem aprender a agir assim praticando essa maneira de reagir e também fazendo alguns questionamentos. Confira o exercício recomendado por Marinoff, respondendo as seguintes perguntas:

Quais são alguns dos sonhos de sua vida?
O que você vem fazendo para conquistá-los?
O que não está fazendo para realizá-los? Por quê?
Pode viver sem remorso e autorrecriminações?
Consegue viver sem culpar os outros por suas imperfeições?
Pode aprender a aceitar-se apesar de suas imperfeições? Ou, talvez, até por causa delas?

Caso sua resposta seja “sim” para as três últimas perguntas, é provável que conviva muito bem consigo mesmo, avisa Marinoff. Nesse caso, o próximo passo é aprender a se relacionar com as pessoas. Agora, se você ainda não passou dessa fase, reflita um pouco sobre as primeiras perguntas, pois, talvez, isso o ajude a compreender melhor sua insatisfação pessoal. Independentemente de qual fase esteja, não esqueça que o bom humor é uma estratégia poderosa para conviver com os outros e solucionar conflitos.

Um grande abraço e desejo que você tenha muito bom humor sempre!

Karen Jardzwski
Redatora-chefe da revista Motivação
karen@motivaonline.com.br

(fonte: http://www.motivaonline.com.br/)

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