quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Produtivos x Improdutivos: a quem dar mais atenção?

* Cleverson Uliana

Amigo, visualize a situação: você ajuda um funcionário produtivo, que faz 10 vendas por semana, a aprender como fazer 15. Você contribuiu para que ele tivesse um crescimento de 50% e, melhor ainda, acrescentou 5 vendas ao total da equipe.

Agora, imagine que você passa esse tempo com um profissional improdutivo. Elevando o nível dele em 50%, ele passaria de 2 para 3 e teria acrescentado apenas 1 venda, em vez de 5.

Infelizmente, isso é o que ainda acontece com muitos líderes: passam a maior parte do dia investindo no colaborador improdutivo, acrescentado 1 única venda, em vez de 5. A afirmação de Steve Chandler – uma das maiores autoridades do mundo em liderança corporativa – está no livro Motivando para o Sucesso, da editora Verus, escrito em parceria com Scott Richardson.

Não se engane ao pensar que a situação acima é exclusiva da área de vendas, pois acontece em todo tipo de empresa. “Funcionários improdutivos sempre tentarão convencê-lo de tudo que fizeram e das medidas que tomaram. O que eles não querem é assumir a responsabilidade pelos resultados”, explica Chandler.

Você sabe que resultado é uma palavra que não faz parte do dia-a-dia dos improdutivos, pois, certamente, já teve um profissional assim. Eles não desejam alcançar resultado algum, querem apenas manter o emprego e serem vistos como pessoas que realmente se esforçam.

É nesse momento que muitos líderes falham, pois tiram o foco do que desejam atingir e passam a gerenciar as atividades dos improdutivos, afinal sabem que se o colaborador se ocupar delas sem parar, obterá resultados. Com isso, caem no erro de responsabilizá-lo por suas tentativas, e não pelos resultados.

Todo esse processo exige tempo do líder e acaba levando à situação proposta no início do texto, o que é um grande equívoco. Lembre-se sempre de que o tempo que você passa ajudando um funcionário produtivo auxilia mais à produção da equipe que o que gasta com improdutivos.

“Pesquisas mostram que os gerentes passam mais de 70% de seu tempo tentando fazer os improdutivos produzirem. Enquanto isso, a maioria dos produtivos pede demissão e vai procurar outro emprego porque não recebeu atenção suficiente. Esses indivíduos não se sentiam reconhecidos pela empresa nem cresciam em suas posições”, adverte Chandler.

Portanto, feche o cerco dos improdutivos. Mostre que a produtividade é resultado direto da vontade de alcançar uma meta. Caso contrário, todas as forças estarão concentradas apenas no desejo de manter o emprego. E se puderem fazer o mínimo para mantê-lo, melhor para eles e pior para você.

Destine tempo e energia para os produtivos, pois além de melhorar os resultados de toda a equipe, você se alimenta das habilidades e entusiasmo desses profissionais. Afinal, eles se programam para experimentar coisas novas até encontrarem o caminho. São como robôs de brinquedo que batem contra a parede, giram 30 graus e tentam novamente.

E o improdutivo? Bem, ele bate na parede, fica deprimido e se recolhe por 20 minutos, o dia todo ou a semana inteira. Nesse meio tempo, bate novamente contra a parede, não toma outra direção e continua batendo até acabar a bateria. O fim da história você já conhece.



* Cleverson Uliana
Redator-chefe da revista Liderança
cleverson@lideraonline.com.br

(fonte: http://www.lideraonline.com.br/)

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