quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Restrição à Contratação de Fumantes


Que os malefícios do fumo não se restringem à saúde não é novidade. Mas você sabia que o cigarro também afeta negativamente a carreira? É o que mostra um estudo realizado pela Catho Online, com mais de 4,1 mil selecionadores, como: presidentes, vices, diretores, gerentes e supervisores de empresas de todo o Brasil.

Mais de 81% deles declararam ter algum impedimento à contratação de pessoas que fumam. O índice de rejeição foi ainda maior entre os presidentes e diretores. A comparação com pesquisas anteriores mostra que a restrição à contratação de profissionais fumantes pelas empresas vem crescendo ao longo dos anos.

Para analisar o tema, convidei Luiz Antonio Bragança, médico especialista em Medicina do Trabalho. Ele é coordenador do Programa de prevenção do tabagismo e abstinência tabágica da Universidade Federal Fluminense. Confira!


A queima do cigarro produz cerca de 4,7 mil substâncias, muitas delas voláteis e com potencial para ampla dispersão no ambiente. Atualmente, a poluição ambiental pela fumaça de tabaco é o maior fator poluente conhecido de recintos fechados, e o tabagismo passivo é a terceira principal causa de morte evitável, perdendo apenas para o ativo e consumo de álcool. São claras as evidências científicas e epidemiológicas de que a simples separação de fumantes e não-fumantes num mesmo espaço físico não elimina a exposição. No entanto, é oportuno informar que o Brasil avança de forma coerente e madura para mudanças na legislação a fim de promover ambientes 100% livres da fumaça de tabaco em recintos coletivos fechados, sem exceção!

Em defesa da coletividade, o líder deve ponderar mais que apenas o risco aumentado de danos materiais para a empresa (equipamentos ou pequenos incêndios). O consumo do tabaco sinaliza outros prejuízos, considerando suas implicações na saúde do fumante como perda da qualidade laborativa e de vida, assim como aumento do absenteísmo e interrupção precoce da capacidade para o trabalho em virtude de doenças pulmonares agudas e crônicas, infarto e outros problemas arteriais. Por último, é justificável que se resguarde de arcar com indenizações aos fumantes passivos – aspecto negligenciado por muitas empresas no passado.
Hoje, no entanto, muitas organizações já realizam políticas de saúde e qualidade de vida, investindo em programas de atividade física e promoção da abstinência tabágica de seus funcionários. Considero que esse caminho representa uma excelente oportunidade para ampliar a motivação da equipe e gerar maior visibilidade à empresa. Desconsiderar a necessidade de um ambiente livre de tabaco é caminhar na contramão do que propõe o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde, além de ficar exposto a sanções e multas.

A tendência de rejeição a fumantes deve ser encarada como medida de valorização da pessoa humana (respeito aos funcionários não-fumantes) e, em última análise, uma providência valiosa para que, num futuro próximo, um número maior de indivíduos se liberte do tabaco a fim de merecer uma oportunidade de ascender profissionalmente.


Agradeço a colaboração do dr. Bragança, demonstrando ser inevitável que todos se conscientizem dos malefícios provocados pelo cigarro. Até mesmo porque a mesma pesquisa que mostrou a tendência de rejeição das organizações à contratação de fumantes verificou que o maior percentual deles está entre os níveis hierárquicos mais elevados. Curiosamente, mais de 20% dos presidentes e gerentes-gerais fumam. Portanto, atente-se a isso e apague o cigarro – seja ele seu ou de seus colaboradores.

Promova a saúde e a qualidade de vida em sua empresa.

Um grande abraço,

Cleverson Uliana
Redator-chefe da revista Liderança
cleverson@lideraonline.com.br


Um comentário:

Anônimo disse...

Oi quero que vc se torne amiga no meu blog, estou com o tema 'Quem ama a natureza e a sua vida não fuma'


cigarroverde.blog.com.br