sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Vesícula preguiçosa

Próximo ao fígado existe um pequeno órgão em forma de pêra, conhecido como vesícula biliar. Sua função é acumular a bile (líquido que age sobre as gorduras dos alimentos como se fosse um "detergente", emulsificando-as) produzida no fígado e lançá-la no intestino delgado durante a digestão.

A vesícula, sim, pode causar alterações digestivas com mais freqüência. É relativamente comum surgirem pedras (cálculos) em seu interior ou ela se tornar "preguiçosa". Principalmente mulheres costumam ser vítimas dos cálculos biliares. Algumas apresentam perfil típico: idade entre 40 e 50 anos, sobrepeso, mais de uma gestação ou uso de pílula anticoncepcional por muitos anos. Acredita-se na influência hormonal na formação de cálculos.

Quando a vesícula funciona mal, o sintoma é apenas má digestão. Se o incômodo causado pelos cálculos não for de grande monta, é possível controlar o problema por meio de um acompanhamento médico constante e uma dieta adequada. No entanto, se o cálculo obstrui o canal que transporta a bile até o intestino delgado, aparece uma dor aguda, do lado direito, abaixo da costela (o ponto de projeção na superfície externa do corpo, tanto da vesícula como do próprio fígado). O quadro doloroso pode ser resolvido de imediato com relaxantes musculares, mas é preciso procurar um médico para avaliar o problema e solucioná-lo. Caso a pedra persista obstruindo a passagem da bile, pode levar a uma infecção grave na vesícula.

A solução mais comum é a retirada da vesícula por meio de uma cirurgia simples, conhecida como laparoscopia, cujo corte é muito pequeno e a recuperação é rápida. A partir daí, haverá uma dificuldade maior na digestão das gorduras, obrigando o paciente a evitar alimentos gordurosos, como frituras, ovos, bananas, carnes gordas, leite integral, queijos e creme de leite.

Consultoria: Mário Kondo, professor adjunto de gastroenterologia da Universidade Federal de São Paulo; Sérgio Mies, professor assistente do departamento de cirurgia e chefe de transplante de fígado do Hospital das Clínicas de São Paulo e responsável pelo departamento de fígado.

(fonte: http://criativa.globo.com/edic/ed128/sau_figado2.htm)

Nenhum comentário: