terça-feira, 27 de maio de 2008

MITOS SOBRE A PÍLULA

© Dr. Alessandro Loiola


A Pílula é o método de contracepção mais comum no mundo, sendo utilizada atualmente por mais de 90 milhões de mulheres. Ela atua evitando a liberação do óvulo pelos ovários, um evento que normalmente ocorre por volta do 14º dia do ciclo menstrual e que pode resultar em graves crises de ansiedade em namorados adolescentes. Felizmente, sem ovulação, nada de gravidez.

Apesar das extensas pesquisas realizadas desde a década de 1960, alguns mitos sobre a popular Pílula ainda persistem. Para facilitar, selecionei os mais comuns. Quantos você é capaz de responder corretamente?

Pílula engorda?

Não engorda. Ainda que o ganho de peso esteja entre as queixas mais comuns das mulheres que tomam a pílula, mais de 70% das usuárias não sofrem qualquer alteração neste sentido durante todo o tempo de uso do anticoncepcional.

Pílula causa espinhas?

Não necessariamente. Os androgênios têm sido implicados na etiologia da acne vulgar, possivelmente por intensificar a hiperceratose folicular. A pílula reduz os níveis sangüíneos de androgênios, diminuindo a gravidade da acne. Contudo, provando mais uma vez que não existem verdades absolutas na medicina, existem alguns relatos de mulheres onde a acne ocorreu como um efeito colateral da pílula.

Mulheres que tomam Pílula demoram mais para engravidar quando param?

Verdade. O retorno à fertilidade em mulheres que interromperam recentemente o uso da pílula leva mais tempo quando comparado às mulheres que interromperam outros métodos contraceptivos. Felizmente, não parece haver prejuízo da fertilidade como um todo.

Antibióticos podem cortar o efeito do anticoncepcional?

Algumas vezes sim. Sabe-se que a ampicilina, um antibiótico bastante utilizado no tratamento de infecções urinárias, faringites, amigdalites e pneumonias, pode reduzir a eficácia da pílula. Outros remédios, como os anticonvulsivantes, por exemplo, também podem interferir com a ação da pílula. Nesses casos, a mulheres devem se certificar de que o contraceptivo oral escolhido contenha pelo menos 50 microgramas de etinil-estradiol ou mestranol.

A pílula causa varizes?

Parece que sim, mas as pesquisas ainda não produziram conclusivos até o momento.

A pílula pode alterar o humor?

Sim, pode, inclusive com náuseas, dor de cabeça, dor nos seios e depressão. Estes sintomas, mais comuns nos primeiros meses de uso da Pílula, freqüentemente desaparecem após alguns ciclos.

A Pílula alivia as cólicas menstruais?

Nem sempre. A menstruação dolorosa (chamada de dismenorréia pelos médicos) é menos freqüente nas mulheres que não ovulam, tornando a pílula um recurso útil em 70-80% dos casos de dismenorréia. Quando a pílula é suspensa, as mulheres podem voltar a sentir as mesmas cólicas de antes.
Todavia, algumas formulações da pílula podem resultar em menstruações muito volumosas e intensas. Além disso, sangramentos irregulares e menstruações dolorosas podem ocorrer em até 1/3 das mulheres após o início do uso da pílula.

A pílula aumenta o risco de câncer?

Mulheres jovens que tomam pílula possuem um risco maior para tumores benignos do útero (chamados Miomas) durante a pré-menopausa, mas a pílula não parece influenciar o risco de tumores malignos no útero ou na mama.


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Dr. Alessandro Loiola é médico, palestrante e escritor, autor de PARA ALÉM DA JUVENTUDE – GUIA PARA UMA MATURIDADE SAUDÁVEL (Ed. Leitura, 496 pág.) e VIDA E SAÚDE DA CRIANÇA (Ed. Natureza, 430 pág.). Atualmente reside e clinica em Belo Horizonte, Minas Gerais.
(fonte: http://dralessandroloiola.blogspot.com/search?updated-min=2007-01-01T00%3A00%3A00-03%3A00&updated-max=2008-01-01T00%3A00%3A00-03%3A00&max-results=44)

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