Entre as crianças que têm dor de cabeça crônica, 94% apresentam enxaqueca, segundo estudo apresentado no Congresso Brasileiro de Neurologia, realizado entre os dias 16 e 21 de agosto em Belém. O autor do estudo, neurologista Marco Antônio Arruda, lembra que “a dor de cabeça é sintoma e há mais de 200 causas que levam à dor de cabeça”.
Avaliando 417 crianças com idades entre seis e 16 anos no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, o pesquisador descobriu que, além de mais de 90% das dores de cabeça serem atribuídas à enxaqueca, 3% das crianças tinham cefaléia tensional, 1% das dores era por causa ocular e 1% tinha dor de cabeça grave por causa de aneurisma ou tumor.
A enxaqueca é hereditária, benigna e de causas neuroquímicas. Alguns fatores podem desencadeá-la, como ansiedade, estresse, tensão familiar, traumas cranianos, jejum, depressão, entre outros.
O neurologista destaca que os pais devem estar atentos aos sintomas e ao comportamento da criança, pois a enxaqueca influencia nas atividades escolares e extracurriculares, lazer, convívio social e familiar. Ele aponta alguns indícios do problema: a criança pára de correr e pular; tem náuseas e vômitos; crises de dores de cabeça com intervalos livres de dor; dói um lado da cabeça, mas pode acometer nos dois; e sensibilidade à luz e ao barulho.
“Os pais precisam prestar atenção nos sintomas e saber como proceder, pois a criança chega ao neurologista para tratamento só depois de oito a 14 meses. São levadas ao pediatra, oftalmologista e, em último caso, vão ao neurologista”, explicou Arruda.
No tratamento, além de usar medicamentos apropriados sob prescrição médica, é necessário adotar novos hábitos, como horário para estudar, brincar, fazer as refeições e dormir. E, em alguns casos, são indicados terapia comportamental e tratamentos relaxantes para o paciente.
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