domingo, 25 de janeiro de 2009

Desfazendo Mitos



Dr. Fernando Lucchese, diretor médico do Hospital São Francisco – unidade de cardiologia do Complexo Hospitalar Santa Casa –, selecionou 170 mitos populares sobre saúde para explicar se são verdadeiros ou falsos e por quê. O material foi publicado no livro FATOS & MITOS SOBRE SUA SAÚDE, editado pela L&PM em 2006. Santa Casa Notícias selecionou alguns trechos do livro e os traz para você. As ilustrações foram cedidas gentilmente para esta edição pelo cartunista Iotti.


Ler no banheiro causa hemorróidas?
Infelizmente, se permanecermos longo tempo no vaso sanitário, podemos ter hemorróidas, que são a dilatação das veias do ânus. Fezes muito duras ou de grande calibre têm o mesmo efeito. Mas o banheiro continua sendo a melhor sala de leitura para muitos. Porém, é bom selecionar livros com capítulos curtos.

Telefone celular faz mal a saúde?
Já foi dito que os telefones celulares provocam câncer no cérebro. Mas nada ficou provado. As ondas de radiofreqüência são inócuas. Se pudéssemos vê-las passando ao nosso redor, ficaríamos assustados. Vivemos envoltos em ondas e nem por isso adoecemos mais. Mas persiste a fantasia popular sobre as ondas em geral. Por isso, vale a pena lembrar que há quase cem anos somos cercados por ondas de rádio e ninguém até hoje teve sua saúde afetada por elas. Mais recentemente, fomos invadidos pelas ondas da televisão e continuamos ilesos. Agora é a vez dos telefones celulares.

É verdade que usamos apenas uma pequena parte de nosso cérebro?
De acordo com a teoria da evolução, o órgão que não é usado atrofia. Como isso não é o que está acontecendo com o cérebro humano, significa que estamos usando todos os nossos neurônios. A diferença é que utilizamos partes diferentes do cérebro em tempos diferentes. O segredo para estimular o cérebro está em instigar o maior número de áreas ao mesmo tempo. Isso desenvolve a inteligência, aumentando sua utilização. Na verdade, o potencial de nosso cérebro é muito maior do que a parte que, na prática, utilizamos. Tiramos dele muito menos do que pode nos dar. Nosso cérebro recebe simultaneamente 400 bilhões de estímulos, mas só consegue processar dois mil. Isso porque nossos sensores (tato, olfato, visão, etc.) são muito grosseiros e insensíveis. Aprendi isso com o professor de física quântica Moacir de Araújo Lima.

É perigoso obesos se exercitarem?
Seu corpo exige comida e exercício, não importa qual seja seu peso. Se você está muito acima do peso, use um programa de exercícios mais suave. Caminhadas diárias de cinco minutos, aumentando dois minutos por dia, podem ser a solução. Hidroginástica é uma boa saída para evitar que seu peso destrua suas articulações. Peça orientação a seu médico.

Vitamina em excesso não faz mal?
Normalmente, o excesso de vitaminas que ingerimos sai pela urina, que termina ficando de cor amarela e forte e com cheiro intenso. Porém, o excesso de vitamina A e de betacaroteno pode ser prejudicial à saúde. Em doses acima de 2.500 unidades internacionais (UI), ela deixa de ser antioxidante e passa a ter efeito contrário levando à incidência de arterosclerose e câncer de pulmão. Portanto, 2.500 UI diárias de vitamina A são suficientes.
Além disso, você sabe qual é a maior fonte natural de vitaminas no mundo? É o xixi dos americanos, que são os maiores consumidores de vitaminas e terminam eliminando pela urina o excesso que não é absorvido.

Mau hálito, um problema do estômago ou da boca?
Por trás de um mau cheiro, sempre ou quase sempre existe uma bactéria produzindo gases ao decompor substâncias orgânicas. Na boca, os dentes e as gengivas abrigam bactérias, daí a necessidade de escovação freqüente, inclusive da língua. No estômago, as bactérias produzem gases que também são eliminados pela boca, causando mau hálito. Alguns alimentos produzem gases de odor forte, como a cebola e o alho, e devem ser evitados se você não quer ter “bafo de onça” ou de dragão.

As células-tronco irão curar todas as doenças?
As células-tronco são células que podem gerar qualquer outra célula do organismo (do coração ou do cérebro, por exemplo). Elas estão presentes em todos os tecidos e têm a incumbência de regenerá-los em casos de trauma ou até evitar o envelhecimento natural. No entanto, há dois problemas. O primeiro é que, à medida que envelhecemos, nossas células-tronco vão perdendo a capacidade de regenerar tecidos, e a ciência ainda não sabe por que isso acontece. O segundo problema é que o cultivo e a aplicação clínica de células-tronco recém estão em seu início e ainda há um longo caminho para a pesquisa. Por enquanto, as células-tronco são apenas uma promessa.

(fonte: www.santacasa.tche.br/)


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