quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Lágrimas Não Choradas


Seja no âmbito pessoal ou profissional, as pessoas têm vivido, cada vez mais, sufocando seus sentimentos. Aos poucos, internalizam-se e não conseguem dar o melhor de si naquilo que estão fazendo. Por isso, tão importante, ou mais, que o quociente de inteligência, é o quociente emocional dos líderes empresariais.

Empresários, líderes, gerentes, supervisores e demais colaboradores mostram-se, muitas vezes, com extrema capacidade intelectual. Dominam números, cálculos, escrevem ótimos textos. São mestres em administrar recursos. Porém, são crianças quando o assunto é a inteligência emocional.
Tal inteligência não depende, basicamente, de conteúdo administrativo, econômico, contábil, marketing e mercado. Essa inteligência demanda sabedoria, empatia, capacidade de pensar antes de agir e reagir. Quantos sãos os indivíduos que possuem essa inteligência? Você possui?

Conheço ótimos gerentes financeiros. Administram com eficácia os recursos da empresa. São ótimos para os outros quando o assunto é controlar as finanças, mas são péssimos, são algozes quando se trata de relacionarem-se com os demais membros da equipe. Geram resultados externos à empresa, todavia, travam uma grande batalha no seu interior, pois não têm um caso de amor consigo mesmos, nem com as pessoas. Adoram lidar com dinheiro, números, valores materiais, mas repudiam a aproximação das pessoas. Jamais serão grandes líderes, pois não são bons líderes de si mesmos.

A crise atual é, como sempre será, de liderança. Pouca coisa pode ser feita por uma empresa quando o líder é ruim. Normalmente, as empresas e equipes são o espelho dos seus líderes, logo, a condução tanto da organização quanto dos colaboradores, é precária e problemática, quando é feita por pseudo-líderes.

Líderes inteligentes, mas não sábios. São líderes cujos exemplos não excitam os colaboradores a os seguirem e a entregarem sua força física, mental e emocional aos negócios da empresa. Sentem que estão tentando usá-los apenas do pescoço para baixo, e não do pescoço para cima, quando, por exemplo, não há permissividade de participação dos colaboradores nas decisões tomadas pela cúpula.

As pessoas precisam sentir no líder, um ser humano capaz de assumir as responsabilidades pelas falhas, de orientar as pessoas frente às dificuldades. Mas, antes de tudo isso, elas precisam confiar que o líder será capaz de enxergar suas lágrimas não choradas.

As lágrimas não choradas ocultam-se nos colaboradores pela ausência de quociente emocional do líder, que exige do colaborador mais produtividade, vendas, mesmo não conhecendo as angústias que este colaborador vem enfrentando, sobretudo, por que seu salário não é suficiente para que ele, pela manhã, alimente-se adequadamente, tendo que optar por comer, ou permitir que o restante da família sacie a fome.

Muitos são os gerentes, chefes que não compreendem o motivo pelo qual um colaborador, no início era tão mais produtivo e rentável, e depois de alguns meses ou anos, não têm demonstrado a mesma eficiência e eficácia. Não entendem porque não são capazes de conhecer além da porta de entrada da história dos seus liderados. Colocam-se como superiores e não pela hierarquia organizacional, mas pelas fétidas vestes da arrogância e soberba que trajam.

As lágrimas não choradas também ficam latentes quando o colaborador, que depois de vários anos de trabalho dedicado, sempre com esmero, gerando os melhores resultados para a empresa, é surrupiado da sua promoção, pelo fato de que alguém mais próximo à gerência usurpou a tão sonhada conquista promocional. Portanto, liderar também é estar sempre trajado de caráter, para conquistar os liderados.

Lágrimas não choradas ficam evidentes quando o colaborador, estressado pela falta de reconhecimento e recompensa, interpõe opiniões sobre as decisões do gerente acerca de tais temas e, mais uma vez é enxovalhado por este, por mais que suas opiniões pudessem alavancar o resultado da organização.

As lágrimas não choradas vão sufocando a existência pessoal e profissional dos colaboradores, fazendo-os tornarem-se amargurados, desanimados, desmotivados. Sua relação profissional com os demais da equipe não é saudável, e acaba contaminando todo o grupo, desunindo-o e o afastando ainda mais dos objetivos. Líderes sem inteligência emocional não são capazes de detectar a evolução desses sintomas na empresa e, pouco a pouco, surgem os pequenos problemas, que também não são resolvidos, desencadeando no que se pactuou a chamar de crise.

A ausência de sabedoria dos líderes, e também dos colaboradores, por não se erradicarem da empresa que não os valoriza nem os reconhece, preferindo tornar-se desencantados com o próprio existir, tem dado origem às lágrimas não choradas, impedindo a arte de pensar antes de reagir, ofuscando o brilho da capacidade de se colocar no lugar do outro antes de decidir. Por fim, as lágrimas não choradas têm se transformado em crises pessoais e, por conseguinte, profissionais, minando significativos avanços organizacionais.

Em síntese, há muitos problemas a serem resolvidos nas instituições, todavia, se a crise de liderança for sanada ou, ao menos, abreviada, bons líderes e seus liderados resolverão muito desses problemas.

Quais são as suas lágrimas não choradas?

(fonte:
http://www.ogerente.com.br/)



Boa noite amigos!!!
Gostei muito deste texto!!!

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