segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Simplicidade

Em pleno vôo no espaço sideral, os astronautas descobriram que as canetas não funcionam na gravidade zero. Dinheiro do contribuinte americano sobrando em seus cofres (antes da crise de 2008, lembra-se?), a Nasa contratou uma consultoria famosa para desenvolver uma caneta que resolvesse o problema.

Seis meses e doze milhões de dólares depois, a caneta mágica que escrevia até debaixo d’água ficou pronta, com lançamento espetacular em Austin, no Texas. A mídia comemorou o avanço da tecnologia americana estampando manchetes nas primeiras páginas nos jornais e em entrevistas na TV, transmitidas em todo o país.

Estratégia que não for simples e fácil, não é estratégia, mas complicador.

Conscientes de que o antídoto do complexo é o simples e funcional, os ingleses usaram lápis na gravidade zero e nas profundezas dos oceanos. Muitas vezes, a escassez de recursos promove mais a criatividade do que o comodismo de verbas abundantes.

Até em período de desaquecimento de mercado o simples vence aqueles planos complexos que exigem apresentação, detalhes e muitas explicações. Reuniões intermináveis. Prova é que as empresas menores com estratégias simples, geralmente sem missão pendurada na parede, são mais ágeis e dão a volta por cima antes das grandes.

A mente do consumidor é simples também. Em menos de cinco segundos decide que produto comprar no supermercado. Gosta de produtos, serviços e processos descomplicados. Produtos de funcionamento óbvio, cujo manual se restringe a uma única instrução: ligar na tomada.

Serviço de atendimento fácil, escolhe ali, paga aqui, vapt, vupt, tudo transparente. Equipamentos funcionando em perfeitas condições, on line sempre. Devolução tão simples quanto a compra. Tempo de espera é tempo perdido. A Compra deve gerar prazer, não pesadelo. As pessoas querem liberdade para viver experiências agradáveis, inesquecíveis. Para valer a pena voltar mais vezes.

Tantas informações transitando no espaço e na mente, com tempo e dinheiro escassos, o consumidor valoriza cada vez mais a agilidade em tudo. Não há mais espaço para empresas e profissionais hããã...?!, que em vez de surpreender o cliente, surpreendem-se com suas demandas.

Os lentos já estão fora do mercado. Hoje é o mais ágil que engole o menos ágil. Produtos semelhantes e preços próximos um do outro, a única saída é se especializar em diferenciais intangíveis. Este é o grande desafio que o novo marketing impõe às empresas.



(fonte: http://www.ogerente.com.br/)

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